5/26 para a Páscoa
Leia ouvindo In Bloom, Zoé de Vera
É alta madrugada e Jesus ora. Ele não usa o pronome eu. Se ouvem nomes. Ele fica cada vez mais fraco, porém parece ter se esquecido da sua fraqueza. Ele se lembra apenas das pessoas nas quais deseja lutar. Luta em oração para que Deus fique ao lado delas. Ele acredita mais no que Deus pode fazer pelos homens do que os homens por eles mesmos. Ele ora também porque sabe que no dia que cada pessoa se entregar verdadeiramente para amar o próximo essas pessoas irão efetuar milagres.
Elas serão um milagre. Jesus acredita nas pessoas. Naquele momento ele decide acreditar nas pessoas. Ele pede a Deus forças para as pessoas, porque sabe que elas podem ser boas. Elas podem ser fieis. Elas podem amar. Elas podem viver, basta aceitar o amor de Deus. Basta acreditar em Deus.
Mais gotas de suor e sangue. Mais palavras roucas. Mais oração. Mais tentação. Mais dor.
-Pai, afasta de mim esse cálice. Mas que seja feita antes a Sua vontade, não a minha.
São horas de oração, mas os discípulos caem no sono ao som dos gemidos de Cristo no Getsêmani. Orava por eles. Todos eles. Orava pelos seus. E ainda ousou orar pelos que ainda viriam lutar pelo evangelho depois de Sua ascensão.
Orou para que não desistissem... não só ali no jardim de oração, mas depois. Quando jerusalém fosse queimada... Quando as mães tivessem que fugir com seus filhos nos braços sem rumo ou casa... Quando as pedras matassem os cristãos... Quando as mãos os jogassem nas covas dos leões do Coliseu romano... Quando o fogo da Inquisição os consumissem.. Quando os cravos perfurassem a crus de Pedro... Quando Saulo os perseguissem... Jesus orou por eles. Mais uma vez
-Desiste...
E orava... Orava e orava e orava. E fraquejava... caia e bramia... Os pecados amassavam o Mestre da Lei. A essência da glória de Cristo revelada a Moisés era apertada contra o chão. Sentia-se esmagado por cada palavra que proferiram para matar, cada faca que machucou o irmão, cada bala perdida e tiro, cada guerra declarada, cada flecha que furou o coração de inocentes, cada tapa da cara das mulheres, cada murro e soco nas crianças, cada vazio que a morte dava de presente, cada droga que corria o estômago do seu filho, cada câncer que mastigava o intestino do seu pai, cada chute e aperto... cada toque... cada noite ao lado de uma pessoa que te obrigava a ficar ali, cada segundo sendo forçado, cada banho de chuveiro com sangue dos seus pulsos, cada corda pendurada, cada sacrifício de crianças inocentes, cada animal de estimação sacrificado... Tudo isso pesada sobre suas costas, e Ele não desistiu de orar por todos nós.
-Desiste...
-Pai, não abandone seus filhos. Aceita o sacrifício que iremos entregar por eles. Me ensina Seu querer para que lutemos a batalha de Deus e vençamos.
Ele levanta mais cansado que antes. Olha seus discípulos de novo. Eles dormem.
-Desiste...
-Vai embora. Eu não vou desistir.
Jesus dobra seus joelhos pela terceira vez.
É alta madrugada e Jesus ora. Ele não usa o pronome eu. Se ouvem nomes. Ele fica cada vez mais fraco, porém parece ter se esquecido da sua fraqueza. Ele se lembra apenas das pessoas nas quais deseja lutar. Luta em oração para que Deus fique ao lado delas. Ele acredita mais no que Deus pode fazer pelos homens do que os homens por eles mesmos. Ele ora também porque sabe que no dia que cada pessoa se entregar verdadeiramente para amar o próximo essas pessoas irão efetuar milagres.
Elas serão um milagre. Jesus acredita nas pessoas. Naquele momento ele decide acreditar nas pessoas. Ele pede a Deus forças para as pessoas, porque sabe que elas podem ser boas. Elas podem ser fieis. Elas podem amar. Elas podem viver, basta aceitar o amor de Deus. Basta acreditar em Deus.
Mais gotas de suor e sangue. Mais palavras roucas. Mais oração. Mais tentação. Mais dor.
-Pai, afasta de mim esse cálice. Mas que seja feita antes a Sua vontade, não a minha.
São horas de oração, mas os discípulos caem no sono ao som dos gemidos de Cristo no Getsêmani. Orava por eles. Todos eles. Orava pelos seus. E ainda ousou orar pelos que ainda viriam lutar pelo evangelho depois de Sua ascensão.
Orou para que não desistissem... não só ali no jardim de oração, mas depois. Quando jerusalém fosse queimada... Quando as mães tivessem que fugir com seus filhos nos braços sem rumo ou casa... Quando as pedras matassem os cristãos... Quando as mãos os jogassem nas covas dos leões do Coliseu romano... Quando o fogo da Inquisição os consumissem.. Quando os cravos perfurassem a crus de Pedro... Quando Saulo os perseguissem... Jesus orou por eles. Mais uma vez
-Desiste...
E orava... Orava e orava e orava. E fraquejava... caia e bramia... Os pecados amassavam o Mestre da Lei. A essência da glória de Cristo revelada a Moisés era apertada contra o chão. Sentia-se esmagado por cada palavra que proferiram para matar, cada faca que machucou o irmão, cada bala perdida e tiro, cada guerra declarada, cada flecha que furou o coração de inocentes, cada tapa da cara das mulheres, cada murro e soco nas crianças, cada vazio que a morte dava de presente, cada droga que corria o estômago do seu filho, cada câncer que mastigava o intestino do seu pai, cada chute e aperto... cada toque... cada noite ao lado de uma pessoa que te obrigava a ficar ali, cada segundo sendo forçado, cada banho de chuveiro com sangue dos seus pulsos, cada corda pendurada, cada sacrifício de crianças inocentes, cada animal de estimação sacrificado... Tudo isso pesada sobre suas costas, e Ele não desistiu de orar por todos nós.
-Desiste...
-Pai, não abandone seus filhos. Aceita o sacrifício que iremos entregar por eles. Me ensina Seu querer para que lutemos a batalha de Deus e vençamos.
Ele levanta mais cansado que antes. Olha seus discípulos de novo. Eles dormem.
-Desiste...
-Vai embora. Eu não vou desistir.
Jesus dobra seus joelhos pela terceira vez.
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