7: Dezembro
Pode não existir Papai Noel, mas Natal é magia. Saber que dezembro, seus presentes, suas festas e a união de toda a família está por vir aquece o sangue paraibano como a folia aquece o corpo nas festas de São João.
Fim de ano, Sara e suas cunhadas juntavam ingredientes de casa e faziam sequilhos para vender. Eles quebravam na boca e derretiam. Um verdadeiro sequilho nordestino.
Enquanto isso, Lourdes passeava por ali. Tempo desse já estava quase nadando. Tinha recebido aulas de natação do seu irmão José no tanque de sua avó. Agora não precisava de ajuda para atravessar.
Dezembro também é sinônimo de roupa nova. De ir para a cidade comprar. Papai, chegando de lá, distribuiu uma roupa nova para cada criança. Todos andavam sempre bem arrumados. Iam para a missa engomados e cheirosos. Eram todos muito bonitos de aparência. Sara era uma linda mulher. Sebastião era um homem guerreiro. Árvore de figos dá figos, laranjeira dá laranja. Sara e Sebastião tiveram lindos figos e laranjas.
Ele trouxe também pão. Pão carteira, pão jacaré. As crianças amaram... Comeram as pernas e calda. Depois cabeça e corpo. Era que nem brincar.
Chegando o final do ano, o dia da missa, estavam todos preparados. Era só festa.
-Que seu ano de 1951 seja maravilhoso! - Lourdes.
-O seu também! - Sara.
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