Está consumado
Seu corpo estava formigando. O seu sangue não circulava corretamente pelas veias. Era uma morte lenta e dolorosa. Seu corpo estava entendido no madeiro como uma roupa a secar. O vento batia nele, mas seus nervos adormecidos e sua mente concentrada nos sofrimentos não podia sentir. A gravidade puxava seu peso e não havia forças para manter a cabeça erguida.
Cada célula de seu corpo suspirava sacrifício de amor. Qual era a largura, a profundidade e o comprimento daquele amor? Aquele que manteve e o levou até ali?
Com as últimas forças de seus pulmões, Ele cospe as palavras: "Está consumado". Eis a frase mais importante da vida de Jesus. E olha que a vida dEle não foi simples em lições de vida.
São essas Palavras que revelam exatamente a motivação de Cristo estar ali. Morrer assim, ter vivido aquela vida naquele tempo, lutado aquelas lutas e ter decidido deixar Seu trono para ser cuspido na face.
Essas duas simples palavras foram as que quebraram as bases das trevas. Era a consumação do cordeiro imaculado que salvaria verdadeiramente toda a raça humana. Não era uma representação, não era um cordeiro simbólico como todos os milhões que foram sacrificados ao longo das décadas e gerações de Israel. Esse era o cordeiro verdadeiro que tira o pecado do mundo.
O peso da culpa habitava o Seu ser elevado ao expoente de número que representa a mesma quantidade de pessoas que já existiu nesse planeta. Não era nem um pouco pequena. Todos os pecados estavam sobre ele. Os que foram perdoados e daqueles que ainda iriam rejeitar o perdão. Nenhum pecado ficou de fora, assim como Jesus não esqueceu de salvar ninguém.
Ainda sujeito às carne humana - não sabemos se os 33 anos de Jesus foram suficientes para Ele se acostumar a ser humano, sujeito ao pecado como nunca havia experimentado ser em sua natureza divina, o próprio criador do universo perfeito -, tinha uma escuridão sobre sua mente. O desagrado de Deus estava sobre Ele. O mesmo sentimento que os ímpios terão no seu último dia, nos seus últimos suspiros e existência antes de serem consumidos pelo fogo. Estava sobre Jesus a maldição que Ele mesmo se referiu que teriam os ímpios: choro e ranger de dentes.
A força do amor venceu aquela batalha. Estava consumado. O tipo encontrara o antítipo.
Ele não pensava logo em Sua futura glória depois dos três dias. Ele não imaginava Sua ressurreição e ascensão. Antes, a escuridão era maior. O peso que estava sobre Ele não pode ser compreendido pelas nossas mentes débeis e já degeneradas pelo pecado de séculos amontoados.
Então, chegou a hora em que o Sol pararia no tempo para Ele e expirou. Ele entregou a vida ao Pai como a Morte fez e faria com os Seus filhos. A devolução da vida àquele que é a própria Vida. O pagamento das consequências de más ações dos Seus amigos com humildade e silêncio.
Nós somos os Seus amigos. E Ele é o nosso melhor.
Nós somos os Seus amigos. E Ele é o nosso melhor.
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